Cadastre-se e receba o nosso conteúdo

Antonio Carlos Hencsey

Antonio Carlos Hencsey é fundador da Hencsey, Ética Aplicada. Fundador e criador de conteúdos na @Eticalizando. Especialista em projetos relacionados à gestão da ética, prevenção a atos ilícitos em ambiente corporativo e melhoria da cultura de compliance nas organizações.

Foi coordenador do curso de Pós Graduação em Gestão dos Riscos de Fraude e Compliance da FIA/USP por aproximadamente três anos sendo ainda professor das disciplinas de Criminologia empresarial e Auditoria de Cultura de Compliance.

Membro do Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OBEGEF) Porto – Portugal. +

Dia Internacional da Mulher: os passos para a igualdade

Março de 2019 – Bombons, buquê de rosas e outros presentes permeiam o dia da mulher na maioria das empresas, mas frente ao movimento histórico que estamos vivendo, com estatísticas alarmantes de diversos tipos de violência contra a mulher dentro e fora do ambiente de trabalho, a comemoração corporativa deveria ser diferente.

A criação do Dia Internacional da Mulher, motivado e alimentado por lutas históricas rumo à igualdade, tem relação direta com o ambiente corporativo e, por isso, cabe também às organizações, como microcosmo importante da sociedade, atuar diretamente na vociferação e cumprimento desta causa.

Para que isso de fato aconteça, alguns passos devem obrigatoriamente ser dados iniciando com a alta administração da empresa arregaçando as mangas e abordando o tema de maneira aberta e legítima. A única forma de se eliminar o preconceito instalado na cultura corporativa, modificando estruturalmente o papel da mulher no ambiente de trabalho, é através de um interesse real daqueles que conduzem os valores organizacionais.

O segundo passo é uma revisão geral dos pontos onde existe a distinção entre mulheres e homens. Salários, desenvolvimento e crescimento profissional, destaque organizacional, respeito nas relações... A empresa precisa estar pronta para mostrar que esse tema é sério e não deve ser encarado como um modismo ou uma propaganda enganosa.

O terceiro passo é a realização de treinamentos e discussões sólidas com todos os colaboradores, homens e mulheres, sobre respeito e igualdade. Temas como prevenção ao assédio sexual e moral, preconceito, micromachismo e respeito são fundamentais. Deve-se também, nestes momentos, fortalecer a mensagem de que o inimigo da igualdade não é exclusivamente o homem, e sim valores e mentalidade inadequados presente tanto em profissionais identificados com o sexo masculino como feminino.

As empresas também devem adotar ações diárias para garantir que essa mensagem seja compreendida e seguida por seus colaboradores, seja através do endomarketing, como também na condução de investigações céleres, profissionais e eficazes em casos de denúncias de assédio ou preconceitos.

Diante dos inúmeros casos de violência contra a mulher, inclusive em ambiente domésticos e públicos, a organização pode também oferecer suporte às vítimas através de facilitação de contato com especialistas psicólogos, advogados ou assistentes sociais, por exemplo, auxiliando as mulheres nos pedidos de socorro e no compartilhamento de seus medos. O empoderamento e suporte às profissionais no que tange à erradicação da violência contra a mulher é fundamental.

Assim, o Dia Internacional da Mulher deve iniciar uma força conjunta de empoderamento e combate ao preconceito, violência e desigualdade. Ainda que não seja uma responsabilidade exclusiva, a empresa é um agente de transformação cultural e social.