Além de se dedicar às alterações legislativas sugeridas pelo ministro Sérgio Moro, a frente também atuará na fiscalização para garantir eficiência na gestão de recursos públicos
O pacote anticrime e anticorrupção apresentado ao Congresso nesta terça-feira (19) pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, será o primeiro objeto de trabalho da Frente Ética Contra a Corrupção (FECC) - frente parlamentar mista que reúne 215 deputados e 6 senadores de 24 partidos e deverá ser lançada oficialmente no dia 13 de março.
Reunida nesta terça-feira, a diretoria da frente definiu que a análise do pacote anticorrupção é uma demanda emergencial, merecendo atenção prioritária nos próximos meses. “Todos nós concordamos que a gente precisa se debruçar sobre esse assunto. Ele [pacote do Executivo] não trata só de corrupção, trata de crimes violentos e do crime organizado, mas o crime de corrupção está ligado a esses outros dois crimes”, disse o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES), que aderiu à FECC.
A presidente da FECC, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) informou que, além de analisar as alterações legislativas sugeridas por Moro, a frente atuará com três eixos: fiscalização, legislação e educação.
Segundo ela, a fiscalização terá como foco garantir transparência, eficiência e integridade na gestão de recursos públicos. Já o eixo legislação deverá se concentrar na análise das 70 propostas legislativas anticorrupção, que integram um documento produzido por 373 instituições brasileiras, como a Transparência Internacional, o instituto Ethos, o Observatório Social do Brasil, entre outros. Por fim, o eixo educação será voltado a palestras e campanhas ligadas ao combate à corrupção.
“A gente quer fazer palestras e várias coisas que sejam educativas para prevenir, não para punir. A corrupção é um mal invisível, é um crime invisível e o Brasil precisa lutar contra isso”, disse.
A data de lançamento da frente foi sugerida por uma de suas integrantes, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP). Líder do movimento #NasRuas, a deputada lembrou que a data marcará os três anos da maior manifestação popular da história do País. Em 13 de março de 2016 cerca de 3 milhões de pessoas, distribuídas por 250 cidades brasileiras, foram às ruas para defender a operação Lava Jato e protestar contra o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Agência Câmara Notícias, em 19.02.2019.