Por Eduardo Tardelli (*)
O ambiente empresarial é como um rio semicongelado, no qual os líderes caminham (e decidem) em uma atmosfera de riscos e incertezas, desenvolvendo estratégias para alcançar um objetivo de forma equilibrada. É a prática diária de gerenciar riscos, fato comum que engloba o processo de planejamento, organização e controle de recursos (materiais e humanos), buscando minimizar danos para a empresa ou fazer com que os riscos se tornem oportunidades.
Gerir riscos engloba a utilização de uma série de métodos para evitar possíveis ameaças, internas ou externas desenvolvidos dentro de uma empresa. Essa estratégia tem ganhado ainda mais espaço no empresariado, após um período no Brasil marcado por empresas envolvidas em fraudes e manchas na reputação.
É um trabalho, em sua essência, preventivo que, facilitado pela tecnologia, ajuda a verificar e acompanhar possíveis ações que culminem em crises, além de automatizar diversos processos de gestão de risco, como, por exemplo, checagem de funcionários (KYE), e outras bases em processos e ações que ajudem a identificar os fatores que possam ser prejudiciais a organização.
Nesse quesito, automatização dos procedimentos é uma das principais tendências, substituindo o que previamente era feito de maneira manual e integrando ferramentas tecnológicas, que aceleram a obtenção dos cálculos probabilísticos de incidência do risco, assim como cálculos para prever qual o impacto do risco na operação da empresa.
Para fazer um gerenciamento de risco eficiente é preciso mapear todos os fatores prejudiciais antes mesmo que eles aconteçam. Para isso, é necessário o desenvolvimento de ações que possam prever, tal como identificação, análise qualitativa e quantitativa, planejamento de respostas, monitoramento, políticas de segurança, governança e treinamento.
Vale ressaltar que os planos devem variar de empresa para empresa, de acordo com seu ramo de atuação, a exemplo das corporações com que tem contratações de alto risco, fornecedores com produtos sensíveis ou, até mesmo, empresas que recebem doações, tendo como foco maior os processos de checagem de terceiro, KYE, KYS KYD, respectivamente. Mas também existem outros tipos de riscos, como, por exemplo, os de dano físico ao colaborador, que exigem outras práticas.
Automatizar processos ajuda a otimizar recursos e tempo; planejando a caminhada de forma estruturada, minimizando os eventos negativos. Com isso, a tecnologia entra como uma ferramenta estratégica para tornar esse processo ainda mais ágil, reduzindo os danos a imagem de uma organização.
(*) Eduardo Tardelli é CEO da upLexis, empresa de software que desenvolve soluções de busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) extraídos da internet e outras bases de conhecimento.