Por Carlos Eduardo Martins de Souza (*)
Alguns especialistas relacionam compliance a integridade. Outros gostam de fazer paralelos com a ética. Há ainda os que mais complicam do que explicam. Mas no Grupo Uninter, única instituição de ensino a distância do Brasil recredenciada com nota máxima pelo Ministério da Educação (MEC), dizemos que compliance é o hábito de fazer as coisas certas. Simples assim.
Se 30 anos atrás, nos reuníssemos numa sala fechada qualquer, alguns de nós poderiam estar fumando, e isso era considerado normal. Já há 15 anos, ninguém estaria fumando, mas tínhamos diversas placas e avisos proibindo sobre o uso de cigarro.
Hoje, numa mesma reunião, ninguém fuma, e vejam que já nem existem placas ao nosso redor. Caso um de nós sinta necessidade de fumar, poderá retirar-se por alguns minutos e depois retornar. E será considerado normal também.
Com o compliance é igual. Ao longo dos anos, com as mudanças de hábitos e de determinados comportamentos, o que é aceitável vai se transformando. Por mais que algumas organizações ainda estejam na fase das placas e avisos, isso não é demérito. Dizemos que compliance, apesar de aparentemente óbvio, não é fácil de ser aplicado; mas ele vem naturalmente.
Adotar e exercer compliance em termos organizacionais com eficiência é difícil porque na vida real existe o imponderável. Existem os prazos curtos a serem cumpridos, as metas audaciosas a serem batidas e as milhares de tentações ao nosso redor. Quem nunca se deparou com o colega de confiança pedindo sua senha emprestada, ou com o embaraçoso pedido de contratação de um velho amigo pouco qualificado, mas que precisa muito do emprego? Aquele seu acesso privilegiado a informações confidenciais da empresa podia lhe render lucro extra, não? E quando um agente certificador sugere uma comissão bem duvidosa em troca daquela cobiçada licença. Há dilemas e pessoas mal-intencionadas por toda a parte.
No Grupo Uninter, a implantação do compliance demandou o sistema tradicional, composto por código de conduta, treinamentos e termo de compromisso, mas também o novo, o prático e a inovação ao inserirmos os nossos colaboradores em nossos princípios. E obviamente, numa instituição pioneira e referência em ensino à distância, fazemos uso intenso da tecnologia, que nos proporciona muitas formas de interagir uns com os outros. Buscamos, além de transmitir a mensagem do compliance, garantir o interesse, o envolvimento e o engajamento de todos. Em apenas 9 meses, criamos o Minuto Compliance, o Café com Compliance e ainda o Desafio de Compliance. Todas essas ações mostram a vida real e dissemina a cultura da integridade, de valorizar quem faz o certo e prevenir a falha.
Em instituições que têm como missão principal a educação, temos o dever de buscar fazer a diferença para a vida de todos que participam dessa jornada. Se todos fizerem a sua parte, nossa meta estará cumprida. E podemos ir além, deixando um ambiente melhor para nossas futuras gerações.
(*) Carlos Eduardo Martins de Souza é gerente de SOX & Compliance do Grupo Uninter.