Iniciativa ligada à ONU e criada em 2004 tem ganhado força e relevância no mercado
Na sopa de letrinhas da economia, uma das siglas que mais ganhará relevância para os investidores este ano é ESG. Do inglês, o termo significa Ambiental, Social e Governança, e está sendo adotado por empresas ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Conhecer o seu significado, seus objetivos e sua importância pode ajudar o investidor a tomar decisões com base em políticas relacionadas ao meio ambiente, sociedade e ética das empresas, conforme veremos a seguir.
O que é ESG?
Para entender a sigla, criada em 2004 por uma iniciativa ligada à ONU, é necessário olhar para cada letrinha que a compõe, entendendo seu significado.
Environmental, ou ambiental, diz respeito às práticas corporativas relacionadas ao meio ambiente. Discussões sobre mudanças climáticas, diminuição da emissão de carbono, gestão de resíduos, uso de fontes renováveis… todas essas atitudes fazem parte desta categoria.
Social está relacionado à responsabilidade e ao impacto da empresa na comunidade que está inserida. Diz respeito a direitos humanos e leis trabalhistas, diversidade e inclusão no ambiente de trabalho, e criação de um ambiente seguro e saudável para colaboradores e clientes.
Já governance, ou governança, está associado à ética da empresa, e a estrutura criada para atender de maneira eficiente as duas outras letras da sigla.
Isso pressupõe, entre outras iniciativas, transparência nos resultados e nas relações com os acionistas, formalização e estruturação de políticas e procedimentos para os temas ESG, preocupação na composição do conselho e práticas anticorrupção.
Então, o que é ESG? “Muitas pessoas gostam de dizer que ESG é um mindset, mas eu não gosto do termo. Para mim, ESG é, basicamente, alinhar todo esse discurso ambiental, social e de governança com a prática corporativa”, diz Caroline Palermo, advogada especializada em direito tributário.
Desta forma, ESG pode ser entendido como uma maneira de avaliar as práticas das empresas com base nas suas políticas ambientais, sociais e de governança. Também pode ser usado para investimentos, como uma espécie de critério de sustentabilidade: ao invés de olhar apenas para índices financeiros, os investidores podem observar as práticas ESG de companhias que estão interessados em aplicar.
“O que acho importante dizer é que a prática ESG não é monotemática”, diz Fabricio Soler, advogado ambientalista e professor da PUC-SP e UFSCar.
“Por exemplo: ‘E’ se refere ao uso de água, emissões balanço de carbono, biodiversidade, uso do solo. No ‘S’, você tem diversidade, trabalho digno, representatividade racial. O ‘G’ mostra como aquele tema é internalizado: comitês de ESG, diretoria emplacando o tema, profissionais especializados na área. Esse é o diferencial do termo”, complementa.
Fonte: CNN Brasil, em 07.02.2022