Por Gabriele Alves
Lideranças compartilham experiências e convidam público a acessar guia recém-lançado pelo IBGC com boas práticas sobre o tema
“Eu não consigo imaginar um planejamento estratégico sem comportamento de cultura e sem a atenção necessária aos desafios socioambientais que a gente vive”, iniciou Denise Hills, diretora de sustentabilidade da Natura&Co Latam, durante evento, realizado na última quinta-feira (20), que lançou a publicação IBGC Orienta: Boas Práticas para uma Agenda ESG nas organizações.
Para a especialista que participou do encontro ao lado de Ana Luci Grizzi (ALG Consultoria); Tatiana Assali (NINT), Rebecca Raposo (Ousare) e Tomás Carmona (SulAmérica), a governança corporativa é o caminho às empresas que enfrentarem dificuldade em alinhar seus modelos de negócios e ESG. “A governança é o que denota a capacidade das organizações de entender riscos, pensar na cultura e compreender os critérios ambientais e sociais. Sem cultura, por exemplo, não há liderança que endosse aquilo que tem valor ou não”, complementou Denise.
A publicação esclarece que o termo ESG (environmental, social and governance) não é um conceito em si, mas um acrônimo adotado pelo mercado para destacar um conjunto de práticas e ferramentas que serve para avaliar a sustentabilidade corporativa. Com a relação entre os negócios e questões urgentes e comuns em sociedade, como as mudanças climáticas e seus efeitos sistêmicos, essas práticas se tornaram fundamentais na atuação dos negócios em sua totalidade e com impacto direto na sustentabilidade corporativa.
Sobre sustentabilidade corporativa
Com moderação de Rebecca Raposo e perguntas de Ana Luci Grizzi, o debate contemplou a cultura organizacional enquanto elemento para rentabilidade e longevidade das empresas. A publicação, inclusive, define como sustentabilidade corporativa “o reflexo de uma cultura construída e complementa que a “extensa gama de fatores interdependentes que envolve a agenda ESG, como saúde e bem-estar, diversidade, emissões de gases de efeito estufa, gestão de recursos hídricos e energia, práticas anticorrupção, respeito aos direitos humanos, entre outros, exige das organizações visão, conhecimento e processos igualmente transversais.
Para Tomás Carmona essa construção precisa de um movimento endógeno: “De fato é um desafio você entender a complexidade de todas as pessoas. Mas a empresa com o olhar da governança precisa estabelecer diferentes estratégias e entender que o próprio público é um agente de governança. Antes de olhar para os fatores sociais de fora da companhia, você precisa olhar para aqueles de dentro”.
Liderança aberta à escuta
O guia lançado também orienta que avançar na integração das questões ambientais, sociais e de governança (ESG) exigirá dos líderes uma postura mais aberta à mudança, sensibilidade para identificar necessidades de ajustes em comportamentos e receptividade para ouvir as demandas de um grupo maior e mais variado de partes interessadas.
"O investidor, por exemplo, é muito atento. Estamos em uma era da informação, o escrutínio sempre vai vir de quem está buscando a informação e, agora, temos muita informação. O investidor tem acesso a encontrar o que você e sua empresa não deram”, comentou Tatiana Assali, diretora da NINT.
Para Sergio Mindlin, conselheiro do IBGC e responsável pela abertura do evento, a produção de um caderno como este “é certamente um produto de reflexão profunda que contribuirá com o propósito de atuação do instituto e sua influência em toda a sociedade”.
Para acessar a publicação completa, clique aqui
Fonte: IBGC, acessado em 08.11.2022