Foi instalada nesta terça-feira (19), na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista Ética contra a Corrupção. O grupo conta com a participação de 221 deputados e senadores, de mais de 20 partidos.
Não é a primeira vez que parlamentares se mobilizam para cobrar transparência na gestão de recursos públicos e fiscalização das atividades dos agentes públicos. A primeira frente contra a corrupção foi criada em 2004, há 15 anos.
Para Gil Castelo Branco, representante da ONG Contas Abertas, que esteve na cerimônia de lançamento, este é um momento favorável para retomar a discussão do tema. “Em primeiro lugar, porque a sociedade está mobilizada contra a corrupção. Em segundo, porque nesta legislatura temos muitos parlamentares que vieram de movimentos populares. E um terceiro fator é que temos uma matéria-prima grande com a qual podemos trabalhar: o pacote de propostas apresentado pelo ministro Sérgio Moro”, explicou.
Eixos
A coordenadora da frente parlamentar, deputada Adriana Ventura (Novo-SP), ressaltou que o combate à corrupção não tem divisão entre direita e esquerda, situação e oposição.
Ela informou que os parlamentares já se dividiram em grupos de trabalho, a fim de focalizar principalmente três eixos: “Legislar, para fazer as reformas necessárias; fiscalizar, para propor ações que melhorem a gestão dos recursos públicos; e educar, porque temos de falar com todos os setores da sociedade sobre os malefícios da corrupção”.
O deputado Marcelo Calero (PPS-RJ), que também integra o grupo, afirmou que o alto índice de renovação da Câmara nesta legislatura facilitará o combate à corrupção. “Essa agenda está em sintonia com os anseios da sociedade. A população está consciente de que a corrupção mata, de que essa prática tem relação direta com a sua vida”, comentou. “Se a fila do hospital está grande, se a escola está mal cuidada, se o professor está mal pago, a corrupção tem a ver com isso também”, exemplificou.
Partidos
Marcelo Issa, do Movimento Transparência Partidária, apontou que, em todos os últimos escândalos de corrupção do País, partidos políticos foram veículos dos esquemas que vieram à tona. Por isso, ele defendeu a transparência da atuação partidária e a equidade na distribuição de verbas, entre outras providências.
“Nós avançamos muito no que se refere à transparência das contas e dos processos eleitorais, mas ainda precisamos melhorar na transparência das dinâmicas de funcionamento e da contabilidade dos partidos”, declarou.
Fonte: Agência Câmara Notícias, em 19.03.2019.