Sócios-diretores da Além das Palavras explicam sobre importância dessa iniciativa
Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos
Um caminho sem volta”, assim define o professor da Fundação Instituto de Administração (FIA) e sócio-diretor da Além das Palavras, Fábio Risério, no que se refere a indução das empresas e entidades quanto a adoção de políticas internas que priorizem a ética e integridade.
Para tanto, a implementação de um programa de integridade é um auxílio importante para que o compromisso, que deve partir da alta gestão das companhias, se torne efetivo. Um comprometimento cada vez mais ratificado pelo Instituto Ethos que irá contar com o apoio da Além das Palavras na estruturação do programa de integridade do Instituto.
“Com essa tomada de decisão sinalizamos que continuamos comprometidos com as boas práticas em integridade e, principalmente, reforçamos junto às empresas que este é o momento de nos acompanharem nesta tomada de decisão e se posicionarem em favor de um formato de atuação pautado pela integridade. Assim como estamos fomentando em iniciativas como o Movimento Empresarial pela Integridade e Transparência”, acredita Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos.
Risério e Gabriela Souza, também sócia-diretora da consultoria, nos contam sobre a importância de um programa de integridade e as particularidades que diferem o formato planejado para empresas e organizações.
Ethos: A Além das Palavras já realizou um programa de Integridade para uma organização como o Ethos ou prestaram serviços apenas para o setor corporativo?
Fábio Risério: A Além das Palavras acredita que ética e integridade independem da sua natureza, tamanho e setor de atuação. Adotar uma postura correta é um dever de cada cidadão, empresa ou instituição. Por isso já contribuímos para a implementação de programas de Integridade para empresas, entidades de classes e organizações da sociedade civil, como é o caso do Instituto Ethos.
Ethos: Como foram pensadas as etapas do programa de integridade que será implementado no Ethos?
Gabriela Souza: Os pilares da implementação do programa de integridade no Instituto Ethos são os mesmos que adotamos para uma empresa ou entidade de classe, que vai da avaliação de riscos até a formalização de controles internos, passando pela elaboração e revisão do código de conduta e procedimentos de integridade. O que difere é a forma como esses pilares são operacionalizados, já que cada organização deve criar um programa de integridade que atenda às suas necessidades e aos seus riscos e esteja dentro de seus recursos financeiros e humanos.
Ethos: Há adequações ou mesmo particularidades que diferem o programa de integridade de uma organização em relação ao de uma empresa?
Gabriela Souza: Sim. Mas essas particularidades acontecem não só na adequação de um programa de integridade de uma empresa em relação a uma organização, como o Instituto Ethos. O programa de integridade deve atender às necessidades especificas de cada organização e mesmo quando estamos atuando com duas empresas do mesmo setor, os seus valores e princípios, a quantidade de funcionários, os seus parceiros de negócios, a região em que a empresa está localizada, as tornam diferentes e o programa de integridade precisa estar adequado a essas particularidades.
Ethos: Qual a importância das empresas, sobretudo na atual conjuntura, investirem em programas de integridade?
Fábio Risério: As empresas possuem um papel central em nossa sociedade. Elas podem gerar prosperidade e desenvolvimento para todos os públicos com quem se relacionam por meio de produtos sustentáveis para seus clientes, ambientes sadios para os seus funcionários, gerar oportunidades de bons negócios para a sua cadeia produtiva, receitas para o Estado e rentabilidade para seus investidores.
Essa criação de valor depende, contudo, da qualidade das decisões tomadas pelos seus líderes, inclusive no que tange aos aspectos éticos. E o que estamos vendo quase que diariamente são notícias de atitudes antiéticas e ilegais praticadas no ambiente empresarial. Acreditamos que se quisermos avançar como sociedade, é imprescindível que as nossas organizações tomem decisões alicerçadas em sólidos princípios éticos, onde o programa de integridade tem o seu valor, mas não pode se limitar a ele. Temos que promover um comportamento ético que precisa ir além do mero cumprimento de normas.
“… se quisermos avançar como sociedade, é imprescindível que as nossas organizações tomem decisões alicerçadas em sólidos princípios éticos, onde o programa de integridade tem o seu valor, mas não pode se limitar a ele”.
Ethos: A implementação de um programa de integridade é o primeiro passo para as empresas e organizações que querem empreender em ações que priorizem a integridade?
Gabriela Souza: Acreditamos que o primeiro passo é a organização criar um ambiente no qual as pessoas procuram voluntariamente cumprir as normas internas e externas, ter um comportamento ético e tomar decisões com base em princípios éticos. E uma grande parcela da responsabilidade da criação desse ambiente depende dos exemplos dados por donos, sócios, proprietários e executivos das organizações. É o comprometimento da alta direção que concretiza a incorporação dos temas da ética e integridade na cultura das organizações. É um dos elementos mais importantes dessa incorporação é o programa de integridade.
“É o comprometimento da alta direção que concretiza a incorporação dos temas da ética e integridade na cultura das organizações”.
Ethos: Qual a estimativa de duração para criação do programa de integridade?
Fábio Risério: Adotamos uma estimativa de prazo para a implantação do programa de integridade nas organizações, mas só damos um prazo com maior precisão após realizarmos uma leitura detalhada dos documentos, atividades e processos de integridade existentes, assim como entrevistas com executivos e colaboradores das organizações. Importante ressaltar que a criação do programa de integridade faz parte da consolidação de uma cultura ética nas organizações, mas não se resume a ela. Essa consolidação é um processo diário que deve perpetuar durante a existência da organização. E é um caminho sem volta!
Fonte: Ethos, em 22.04.2019.