Entre os palestrantes estavam Charles Bradley, fundador da Adapt, de Londres, Cristiano Adjuto, da B3, Ronaldo Lemos, advogado e pesquisador, e Gustavo Monteiro, da Tempest
“Nós acreditamos que privacidade é um direito humano fundamental. Não importa em qual país você viva, esse direito deveria ser protegido ao se manter quatro princípios essenciais". A frase é de Tim Cook, CEO da Apple, mas poderia ser de Cristiano Lincoln Mattos, CEO da Tempest, maior empresa de cibersegurança do Brasil e que “acredita que a cibersegurança é um direito do mundo. E é justamente isso que desafia a empresa”. Foi com esta citação que Lincoln iniciou o Tempest Talks, evento realizado semestralmente pela Tempest para debater temas relevantes com o mercado. Esta edição foi dedicada ao uso responsável de dados pelas empresas e os caminhos para se adequar à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), sancionada em 14 de agosto.
Entre os palestrantes, estavam Gustavo Monteiro, Head de Digital Identity da Tempest; Charles Bradley, fundador da Adapt, de Londres; Cristiano Adjuto, superintendente de segurança da informação da B3; e Ronaldo Lemos, advogado, pesquisador e professor reconhecido internacionalmente.
Gustavo destacou que o comportamento do usuário é identificado a partir dos dados. “A medida em que as tecnologias vão evoluindo, é possível obter mais informação. Por outro lado, a análise de dados é essencial. Não adianta ter um volume enorme de dados e não saber como interpretá-los”, explica.
Para trazer uma visão de como as empresas estão se adequando à General Data Protection Regulation (GDPR), lei em vigor na União Europeia, a Tempest trouxe ao Brasil Charles Bradley, Diretor Executivo da Global Partners Digital, que compartilhou casos reais de organizações ao redor do mundo que tiveram bons resultados, alinhando os objetivos de ética no tratamento de dados, privacidade e cibersegurança. “A transparência e a ética no uso de dados conferem mais valor no relacionamento com o cliente. Inspira confiança e transparência. É algo holístico que afeta todas as esferas do seu negócio: cibersegurança, jurídico, governança, etc. E nunca é cedo demais para um dano na reputação, pois qualquer ação nesse sentido pode impactar diretamente o consumidor”, destaca.
Como a B3 atua na União Europeia, a empresa já vinha se adequando à GDPR há mais tempo. Cristiano, que tem dedicado 50% do seu tempo à adequação da empresa à LGPD, diz que é preciso entender por onde a informação trafega para depois fazer um fluxo em que os processos sejam ágeis, mas sigam o ritmo da empresa. “Tem muita metodologia desenvolvida para auxiliar nesse sentido”, afirma.
Ronaldo Lemos dedicou sua palestra à comparação da GDPR com a LGPD e como as empresas devem se preparar para as mudanças que estão por vir. “Um fator importante é o efeito dominó. Cada empresa que faz o processo de compliance espera que os seus fornecedores façam o mesmo para não assumir o risco dele. Isso vai dividir o mercado em dois: os que fizeram e os que não fizeram a adequação”. E destacou a necessidade de haver uma agência nacional de regulação da LGPD que, segundo Ronaldo, é uma perda porquê pode haver distorções na aplicação da Lei, da mesma forma que houve com o Marco Civil da Internet.
O evento aconteceu na manhã desta quinta-feira, 8 de novembro, no Espaço Infinitto, na cidade de São Paulo.
Fonte: STRATA, em 09.11.2018.