A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) está em busca de elevar o padrão de combate à corrupção na America Latina. O responsável região por Conformidades nas Américas (exceto Brasil, Argentina e Bolívia), Marcos Neves, apresentou em Salvador, durante a Comissão de Compliance da Faculdade Baiana de Direito (FBD) o Sistema de Conformidade, que foi implantado nos últimos dois anos.
O encontro realizado na FDB também contou com a presenta do responsável por Comunicação da Odebrecht S.A. para o Nordeste, Marcelo Gentil, e o responsável por Pessoas, Finanças e Conformidade da Fundação Odebrecht, José Ernesto Gonzalez, além do presidente da Comissão de Compliance, José Guimarães.
Segundo Neves, o desafio era considerado grande, já que a empresa precisava ter uma atuação global única, mesmo em ambientes que não havia uma cultura ética implementada. O executivo também analisou que essa medida está se fortalecendo no Brasil após ações da Operação Lava Jato. Neves também pontua que a dificuldade estava presente na América Latina, onde o índice de percepção de corrupção é alto em quase todos os países. Para esta pontuação, o executivo cita dados da Transparência Internacional.
O início da implementação
Em 2016, o Grupo Odebrecht iniciou o projeto de combater a corrupção e segundo Neves, ao longo desses anos foi implementado o Sistema de Conformidade. Esse projeto busca garantir uma autação ética, íntegra e transparente, onde a corrupção é prevenida, detectada e remediada.
“Nosso Sistema tem por base as legislações e padrões internacionais mais avançados no combate à corrupção. Seis dos 10 elementos do nosso sistema são direcionados à prevenção e nossas políticas e diretrizes permitem um processo de monitoramento e melhoria contínua", explica Neves.
A Odebrecht mantém uma postura decisiva em por um fim em atitudes corruptas, incluindo extorsão e suborno. Para o combate, todo o grupo vem recebendo treinamentos para que as melhorias ocorram.
Segundo Neves, esse sistema já está mostrando resultado desde sua implementação: "Nossa base inicial de fornecedores era formada por 530 mil empresas e indivíduos. Após avaliações da relação comercial e de requisitos reputacionais, como exemplos, a base foi reduzida para 18 mil fornecedores ativos. Através da Diretriz de Due Dilligence, implementada em janeiro de 2017, criamos um banco de dados único e já realizamos mais de 15 mil diligências, garantindo que 100% dos novos fornecedores passam por análise de reputação antes de realizar qualquer pagamento".
Neves também creditou o canal Linha de Ética. Este âmbito foi terceirizado para uma empresa especializada em maio de 2017. Desde então, o programa chegou a receber 341 relatos, onde 27% foram confirmados. Além disso, o executivo também sinalizou que o Brasil foi responsável por 56% dos casos, e também 28 integrantes foram demitidos como consequência dessas investigações.
Entre os processos monitorados pela Odebrecht estão Due Diligence, Hospitalidade, Doações e Investimentos Sociais, Patrocínio, Contribuição Política, Relacionamento com Agentes Públicos, Conflitos de Interesses e Treinamentos.
Além do combate à corrupção dentro da OEC, Neves também cita outro objetivo. "A aplicação sistemática e rigorosa do Programa de Conformidade permite que o Grupo recupere a confiança da sociedade e siga sendo reconhecido por sua experiência em engenharia e construção. Tenho convicção que vamos recuperar nossa credibilidade", explica.
Fonte: A TARDE, em 09.01.2019.