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Abordagem da Covid-19 nas informações ESG

Por  Jennifer Almeida 

O IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) e a GRI (Global Reporting Initiative) realizaram, em 9 de abril de 2020, o webinar “Abordagem da COVID-19 nas informações ESG”. Denys Roman, consultor ESG & RI e membro da CBARI (Comissão Brasileira de Acompanhamento do Relato Integrado), abriu o webinar, agradecendo o apoio de André Vasconcellos, diretor Técnico do IBRI, e de Sonia Favaretto, presidente do Conselho da GRI no Brasil, para viabilizar a iniciativa.

O evento contou com apresentações de Denys RomanSonia FavarettoGlaucia Terreo, diretora da GRI no Brasil; e Fabio Alperowitch, portfolio manager da FAMA Investimentos.

Para esboçar a importância do tema ESG (do inglês Environmental, Social and Governance; em português, ASG - Ambiental, Social e Governança), Denys Roman fez menção a dados dos PRI (Principles for Responsible Investment), em parceria com a Iniciativa Financeira do Programa da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Meio Ambiente (UNEP/FI – United Nations Environment Programme Finance Initiative) e o Pacto Global da ONU. “Já são 2.372 investidores institucionais signatários dos Principles for Responsible Investment de 61 países, que representam mais de US$ 86 trilhões em ativos”, acrescentou.

Segundo ele, a crescente importância dos fatores ESG mobiliza organizações internacionais e atinge o objetivo principal dos PRI, que é de difundir a importância do ESG para o setor de investimentos. Denys Roman citou uma frase de Larry Fink, presidente do Conselho de Administração da BlackRock: “Quando emergirmos dessa crise, e à medida que os gestores reequilibrem seus portfólios, teremos a oportunidade de acelerar a transição para um mundo mais sustentável”. Ao falar sobre como divulgar os potenciais impactos da crise, Denys Roman destacou ser importante destacar o tema COVID-19 nas comunicações das empresas. "As medidas a serem reportadas devem estar diretamente relacionadas ao modelo de negócio e processo de criação de valor", afirmou Denys Roman.
 
Abordagem COVID-19 nos relatos ESG
No início de sua apresentação, Sonia Favaretto destacou que tem ouvido perguntas que esboçam preocupações no curto e longo prazo. “No curto prazo, as perguntas que surgem são: como abordar o tema no relato, ou seja, quais as normas da GRI podem ser aplicadas e qual é a sugestão da GRI”. Já no longo prazo, a pergunta é: “como esta crise mudará a estratégia de sustentabilidade das empresas?”. “É um momento de dilemas, pressão e dúvidas”, salientou. Favaretto destacou que “ninguém tem todas as respostas, cada empresa é diferente, e as circunstâncias estão mudando rápido”. Na visão de Sonia Favaretto, é importante que as empresas registrem no relato de 2019 os possíveis impactos da pandemia do novo coronavírus (COVID-19).

Glaucia Terreo discorreu sobre como as companhias podem abordar o tema do impacto da pandemia do novo coronavírus no relato de 2019 e no de 2020, destacando dois princípios da GRI: o da sustentabilidade e o da materialidade. Segundo ela, este é o momento de repensar e redefinir a estratégia empresarial, promovendo maior sinergia entre as agendas de negócios e sustentabilidade.

Fabio Alperowitch fez menção a uma pesquisa que a revista Harvard Business fez com os consumidores, perguntando o que eles esperam das marcas neste momento do novo coronavírus (COVID-19) e 90% dos entrevistados afirmaram que as empresas deveriam estar dispostas a sofrer perdas financeiras para ajudar no bem-estar de seus funcionários, dos fornecedores, enfim dos seus stakeholders. A pesquisa atestou que 71% dos entrevistados acreditam que as empresas que privilegiarem o lucro financeiro em um momento como o atual, em detrimento do bem-estar e saúde, perderão a confiança para sempre, concluiu. Segue link para o webinar: https://bit.ly/replayESGCOVID

Fonte: RI – Relações com Investidores, acessado em 29.05.2020